sábado, 24 de julho de 2010

As pedras do caminho


Às vezes eu vejo o caminho,
Mas não sei como andar por ele.
Às vezes eu vejo a direção,
Mas o medo de me aventurar no novo não permite que eu avance.
Possuo calos de outros caminhos que um dia trilhei
E minha bagagem esta repleta,
De boas e más lembranças,
No entanto não importa o caminho que eu vá
Nele sempre encontrarei pedras
De diferentes tamanhos,
De diferentes formas,
De diferentes cores...
Pedras estas que enfeitarão,
Que farão diferença na paisagem,
Ou que servirão de abrigo
Em dias de fortes tempestades,
Haverá aquelas que apenas estarão lá
Sem fazer a mínima diferença,
As que se movimentam
Conforme a força dos ventos ou da correnteza,
As que te servirá como ferramenta,
Aquelas que obstruirão o caminho,
E também aquelas que podem vir a ferir.
Há pedras por todas as partes,
Mas apenas as preciosas
Levamos para a vida toda.
Sou apenas um viajante em busca do seu tesouro,
Sem ganância,
Sem cobrança.
Sei que encontrar o “ouro dos tolos”
É inevitável,
E mesmo que a decepção da descoberta
(sendo sincera)
Fortemente me abale,
Inunde meus olhos,
Enquanto estes pés puderem seguir
Não descansarei,
E mesmo que a bagagem fique cada vez mais pesada
Não descansarei,
Porque é isso que resta,
A cada tropeço do caminho,
Levantar e seguir em frente,
E ao “ouro dos tolos” o que resta
E ficar pelo caminho.

“Nem tudo que brilha é ouro”,
Nem todo sorriso é verdadeiro...

domingo, 18 de julho de 2010

Onde acaba...?

Chove... 
Lá fora...
E aqui dentro também...
Cheguei ao ponto em que a mínima chuva se transforma em riacho... 
Relâmpagos me assustam e os raios me estremecem... 
Eu, nômade do sentimento, simplesmente sigo a maré, apreensivo e ao mesmo tempo vigilante, rezando fervorosamente que “no fim da minha jornada” eu não me depare com uma cachoeira!
Sem um rumo exato, sem uma jangada, sem ao menos um “tronco amigo” para me apoiar... Meu destino: o incerto.
Se me perguntares se possuo ainda alguma esperança dentro deste corpo cansado e ensopado te respondo que a esperança ainda mora dentro de mim sim, que as vezes é a única que “grita” comigo, nesse exato momento uma das minhas únicas companhias. Quem é a outra? A força de vontade, que em muitas noites vela meu sono e me protege do frio. 
Vejo que o final da minha jornada se aproxima e em vez de tentar me levantar “bebo mais água”. O que me aguarda no final?

sábado, 17 de julho de 2010

Verdades não ditas

É como se o livro estivesse aberto e eu não pudesse mais lê-lo.
Cada palavra perdendo seu sentido,
toda e qualquer frase sem o menor nexo.
O que antes parecia tão lindo e gracioso
hoje digo que seja apenas normal, rotineiro, quase banal.
E cada página que se vai
junto vai a magia de um amanhã
que parece que nunca existirá.
A palavra perfeito perdeu seu total sentido
e aquilo que um dia foi planejado agora serve de veneno
contra mim mesma.
A estrela que brilhava em meus sonhos
gradativamente
perde o brilho
e o que antes era apenas orvalho se tornou tempestade...

Agora vejo que as fadas não existem
e que sonhei...
Sonhei demais.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Estado Transitório

Cabelos negros, longos e ao vento...
Mãos esticadas,
Pronta para pegar
Tudo que a vida tem a oferecer,
Oportunidades voam por entre meus dedos.
Pulo o mais alto que posso
(pena que não posso tocar o céu),
Corro mais rápido,
Vôo livre com o vento
E quando finalmente
Dou-me por conta
Sou apenas uma menina,
Sentada
No vasto campo verde da incerteza
A colher as belas flores
Da primavera.

Ponto de Partida

Para um começo vou utilizar palavras que um dia "peguei", sem pedir, do caderno de uma menina, palavras essas que hoje, por acaso, vem cair em minhas mãos, depois de tanto tempo, e ainda assim fazem, e mais que nunca, o maior sentido...

"Diante das circunstâncias me disseram que eu era uma menina, frágil e incapaz de superar qualquer problema. Foi aí que eu percebi a mulher que existia dentro de mim, forte e decidida, e ainda que as lágrimas continuassem a escorrer sobre o meu rosto, eu era capaz de mudar meu caminho e sorrir mesmo diante das pessoas tristes e amarguradas. Eu era capaz de ser feliz sem precisar de ninguém. Hoje já não sou mais..."

E é a partir delas que as imagens dos meus dias vão tomar forma.