terça-feira, 27 de setembro de 2011

Apenas um dia!


Queria em teus braços estar,
sem olhar para a hora,
sem ver o tempo passar...

Ouvir apenas o vento lá fora,
sibilando qualquer canção.
Dizer-te sem mais delongas
o que aflige meu coração.

Apenas um dia,
queria tanto te ter só para mim!
De modo egoísta, torto, possessivo...
Matar a saudade que parece não ter fim.

Se você apenas pudesse perceber
o quanto um dia me é importante,
quem sabe eu pudesse viver o que tenho
e parar de sonhar com coisas distantes...

Não me queixo do seu amor,
nem das lindas coisas que você diz ou faz,
mas como planejar um futuro
sem sentir falta do que estou deixando para trás?

Se eu dispusesse de apenas um dia,
perceberia que seria pouco...
Abraçar-te forte eu iria
rezando pela possibilidade de ter mais outro.

Me pergunto se isso é devaneio
ou se egoísta estou sendo,
se for, por favor, me responda
por que por apenas um dia estou sofrendo?!

Tenho inveja de você,
do que você considera amar!
Não se preocupa com tempo,
me tem por pequenos momentos,
e não tem problema em me partilhar.

Sei que nosso amor não esta nas coisas materiais
e para mim isso, hoje, já não importa mais,
mas e os “nossos momentos”
falta alguma te faz?

Não me importo se és um “Viking”
e a ti tenho de, em algumas coisas, me moldar,
no entanto, não será injusto
só sonhos meus sacrificar?

Um dia aquilo que é nebuloso se tornará transparente, a poesia mais complexa fácil de ser lida, o não entendido entendível, o sonho mais estranho compartilhado, ou isso apenas não passe de um querer doido, de um sonho aturdido ou um momento deturpado!

Esperando sempre por você!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Exigente

Por que querer do dia apenas sol,
da noite só céu estrelado,
das tempestades os raios,
da abonança o poente
do poeta a compreensão?
A desconformidade com o que é real atravessa as barreiras da mente
e como um animal feroz que procura por seu alimento
usa por substrato a fantasia
para acalentar o coração.
Quem nunca desejou profundamente um importante oi,
algum sorriso sincero,
um abraço carinhoso,
a gentileza de um gesto,
relembrar do passado,
apenas o presente,
a certeza de um futuro?
Eu não sei o motivo de tanta exigência,
nem porque se persiste em exigir,
apenas sei que todos esperam alguma coisa
e que alguns só fazem esperar...
Quer-se tanto o “comercial de margarina”,
mas se pode viver nele?
Quer-se tanto os poemas mais ricos,
mas se pode entendê-los?
Ser exigente não é uma escolha,
muito menos uma virtude,
então como prosseguir desta forma
diante de um mundo tão competitivo e egoísta?
O certo seria parar de conjugar que verbo,
sonhar ou esperar?