segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Devorando-me

Não há espaço
nem de um passo,
apenas mãos,
pele,
abraços,
lábios...
Em um instante 
o mundo 
pode se desfazer
e apenas o agora
se fazer presente,
mas pode haver também
muito do sufocante ontem/amanhã...
É possível
ceder mais sanidade 
de quem já não se encontra 
em sua faixa?
É possível perder mais
quem já apostou
tudo?
Mas suas mãos 
não esperam 
que eu responda essas perguntas,
seus olhos imploram
que eu esqueça as respostas
e me jogue nesse abismo
de curiosa incerteza
sem medo de errar!