terça-feira, 4 de outubro de 2011

Trem de Ferro


Café com pão
Café com pão
Café com pão

Virge Maria que foi isso maquinista?

Agora sim
Café com pão
Agora sim
Voa, fumaça
Corre, cerca
Ai seu foguista
Bota fogo
Na fornalha
Que eu preciso
Muita força
Muita força
Muita força
(trem de ferro, trem de ferro)

Oô...
Foge, bicho
Foge, povo
Passa ponte
Passa poste
Passa pasto
Passa boi
Passa boiada
Passa galho
Da ingazeira
Debruçada
No riacho
Que vontade
De cantar!
Oô...
(café com pão é muito bom)

Quando me prendero
No canaviá
Cada pé de cana
Era um oficiá
Oô...
Menina bonita
Do vestido verde
Me dá tua boca
Pra matar minha sede
Oô...
Vou mimbora vou mimbora
Não gosto daqui
Nasci no sertão
Sou de Ouricuri
Oô...

Vaou depressa
Vou correndo
Vou na toda
Que só levo
Pouca gente
Pouca gente
Pouca gente...
(trem de ferro, trem de ferro)

 - Manuel Bandeira - 

Apenas relembrando os bom momentos da infância... Apenas um momento nostalgico...
(http://www.youtube.com/watch?v=D-oxanwwif8&feature=related)

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Apenas um dia!


Queria em teus braços estar,
sem olhar para a hora,
sem ver o tempo passar...

Ouvir apenas o vento lá fora,
sibilando qualquer canção.
Dizer-te sem mais delongas
o que aflige meu coração.

Apenas um dia,
queria tanto te ter só para mim!
De modo egoísta, torto, possessivo...
Matar a saudade que parece não ter fim.

Se você apenas pudesse perceber
o quanto um dia me é importante,
quem sabe eu pudesse viver o que tenho
e parar de sonhar com coisas distantes...

Não me queixo do seu amor,
nem das lindas coisas que você diz ou faz,
mas como planejar um futuro
sem sentir falta do que estou deixando para trás?

Se eu dispusesse de apenas um dia,
perceberia que seria pouco...
Abraçar-te forte eu iria
rezando pela possibilidade de ter mais outro.

Me pergunto se isso é devaneio
ou se egoísta estou sendo,
se for, por favor, me responda
por que por apenas um dia estou sofrendo?!

Tenho inveja de você,
do que você considera amar!
Não se preocupa com tempo,
me tem por pequenos momentos,
e não tem problema em me partilhar.

Sei que nosso amor não esta nas coisas materiais
e para mim isso, hoje, já não importa mais,
mas e os “nossos momentos”
falta alguma te faz?

Não me importo se és um “Viking”
e a ti tenho de, em algumas coisas, me moldar,
no entanto, não será injusto
só sonhos meus sacrificar?

Um dia aquilo que é nebuloso se tornará transparente, a poesia mais complexa fácil de ser lida, o não entendido entendível, o sonho mais estranho compartilhado, ou isso apenas não passe de um querer doido, de um sonho aturdido ou um momento deturpado!

Esperando sempre por você!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Exigente

Por que querer do dia apenas sol,
da noite só céu estrelado,
das tempestades os raios,
da abonança o poente
do poeta a compreensão?
A desconformidade com o que é real atravessa as barreiras da mente
e como um animal feroz que procura por seu alimento
usa por substrato a fantasia
para acalentar o coração.
Quem nunca desejou profundamente um importante oi,
algum sorriso sincero,
um abraço carinhoso,
a gentileza de um gesto,
relembrar do passado,
apenas o presente,
a certeza de um futuro?
Eu não sei o motivo de tanta exigência,
nem porque se persiste em exigir,
apenas sei que todos esperam alguma coisa
e que alguns só fazem esperar...
Quer-se tanto o “comercial de margarina”,
mas se pode viver nele?
Quer-se tanto os poemas mais ricos,
mas se pode entendê-los?
Ser exigente não é uma escolha,
muito menos uma virtude,
então como prosseguir desta forma
diante de um mundo tão competitivo e egoísta?
O certo seria parar de conjugar que verbo,
sonhar ou esperar?


segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Bolha

Eu posso ver o mundo lá fora!
Ver as crianças felizes
correndo,
ver verdes pastos
e diferentes animais.
Deslumbrar o pôr-do-sol nas manhãs
e as noites enluaradas.
Do orvalho nas plantas
até o bater forte das ondas nas rochas.
Posso ver seu sorriso doce,
mas já não posso mais retribuí-lo...
Na bolha que criei
tudo é lindo de se ver,
as cores são mais vivas,
tudo é alegria,
tudo é espera,
tudo é ceder.
A cada dia a bolha aumenta
e menos posso retribuir teu doce sorriso.
Será que você não percebe o quão longe tudo se faz agora?
O quão frio é dentro da bolha...
Tenho medo do que o futuro reserva
para quando esta magnífica bolha parar de dançar com o vento
e estourar no chão...

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Sorriso Mortal

O que um sorriso deturpado pode fazer da sua vida?


Eu agora olho pela janela dos meus olhos
e vejo uma menina,
que hoje é uma mulher.
Que sabe que coelhos da pascoa não existem
e que na noite de natal são seus pais
que põem os presentem a baixo da árvore.
Ela sabe que os bebes não vem dos repolhos
e que as nuvens não são feitas de algodão doce,
depois do arco-íris não tem pote de ouro,
que o que vale mais não são as moedinhas
sim as notas de papel,
e que o bicho-papão não esta debaixo da cama
e sim nas ruas.
Aquilo que um dia começou com pequenas cores,
foi tomando forma
e espaço dentro do coração,
desmorona como brinquedo de criança
frente a realidade.
As flores que cresciam nesse jardim
agora, dão espaço a suntuosas construções
(sem graça).
O que era simples,
virou bobagem.
O que era sonho,
virou tolice.
O que um dia foi engraçado,
da lugar ao sério.
Tudo o que se deixou para trás,
toda uma etapa,
tudo que um dia se fez questão de sorrir para que se tornasse mais leve,
hoje está pesado!
O que era sina se transformou com o passar do tempo,
pois ele passa e não espera!
O que era importante se perdeu na sua importância,
o que  se acreditava não existe mais...
Apenas uma mulher agarrando firme seu diamante
esperando que este
volte a ser parte carvão.
Apenas alguém que olha para trás,
na estrada das lembranças,
e se pergunta por que sorrir quando se quer chorar?
Por que sorrir quando se está magoado?
Por que apenas não ser o que se é
e não o que se “deve”?
Apenas alguém que olha para trás,
na estrada das lembranças,
que não viu o Coelho Branco,
o Gato Risonho ou o Grifo,
que ainda não vê
e que tem medo que no futuro
ainda não o possa...

domingo, 8 de maio de 2011

Hoje, amanhã, sempre...

Mãe...
São três letras apenas
As desse nome bendito:
Também o céu tem três letras
E nelas cabe o infinito
Para louvar a nossa mãe,
Todo bem que se disser
Nunca há de ser tão grande
Como o bem que ela nos quer

Palavra tão pequenina,
Bem sabem os lábios meus
Que és do tamanho do CÉU
E apenas menor que Deus! 
(Mário Quintana)
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho. 
(Carlos Drummond de Andrade)

Estarás sempre comigo, não importa como, quando ou onde...

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Sonhar!

Um dia sonhei que a vida era quase um conto de fadas,
que as palavras do poeta 
mostravam o sentido agridoce da vida
e que o clichê ainda era moda...
Então aquele meu sonho que caminhava descalço, pobre, feliz e sozinho por uma estrada florida, cheia de mistério e magia
encontrou o teu,
que sem pedir nada em troca disse que mostraria às estrelas,
desvendaria os mistérios que regem o céu e a terra 
só para poder contar,
ensinaria como se planta uma árvore e
veriam ela dar frutos...
Um dia esse mesmo sonho resolveu apenas contemplar as árvores já crescidas pelo caminho,
colher dos frutos já caídos no chão,
dizer que as estrelas são apenas corpos luminosos no céu,
andar calçado
e afirmar que o que o poeta escreve só ele entende...
Meu sonho chorou,
chorou como uma criança que descobre que Papai Noel não existe,
mas chorou mais porque,
mesmo descobrindo a “verdade”
nunca foi capaz de para de sonhar!