terça-feira, 28 de outubro de 2014

Realidade Entediante

Os olhos estão abertos,
mas é como se
estivessem fechados...
As imagens que se formam 
são tão reais
que a realidade 
perturba,
abate.
Mas não é que a realidade
seja salobra,
mas sim o imaginário
que se torna 
cada vez mais saboroso.
Estaria perdida 
se vivesse nele,
mas
estaria menos entediada
que agora.

domingo, 26 de outubro de 2014

Dicotomia

Eu estava lá,
com ele,
sem conseguir olhar em seus olhos,
sem conseguir sentir sua mão,
sem saber o que sentia.

Ele estava lá,
tentando,
insistindo,
lutando contra a minha luta.

Achei que seria fácil,
o roteiro era simples,
por que, então, foi tão difícil
me manter no curso?
Por que foi tão difícil
vê-lo taciturno?

Sua insistência me fez pensar,
seus gestos me fizeram 
retroceder,
não sei mais 
o que jurava saber,
não possuo controle
dessa nova trama...
Só sei que outra coisa surgiu
algo no limiar
entre o desejo
e a curiosidade.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Sem saber

Por que eu ainda me sinto assim?
Diante da vastidão que são meus sentimentos
me vejo perdida,
sem saber que rumo tomar,
novo caminho a trilhar
e até mesmo sem vontade de caminhar.

Como foi que cheguei aqui?
Olhando dois caminhos tão distintos
e não tendo a menor vontade
de desvendar nenhum.

Se olho para trás posso ver tantos ideais
dos quais não quero esquecer,
mas tão atrelados a sonhos que
não posso mais ter...
E se olho pra frente vejo um turbilhão
de desejos novos se formando,
mas mais atrelados ainda
a um passado
do qual não quero reviver.

Como escolher pra onde ir
se o vento da lembrança reluta
em ficar me empurrando
para os braços da incerteza?

Como eu posso voltar a
olhar pra você?
Como posso te dizer a verdade
sem te machucar?
Como eu devo escolher?

Como meu melhor refúgio
tornou-se um desamparo?
Quando o calor
ficou tão frio
e as palavras perderam sentido?

Por que eu não posso trilhar o caminho do meio?


terça-feira, 21 de outubro de 2014

Irrealidade

É como se eu tivesse sonhado,
inventado uma realidade nunca existente
e de repente,
abruptamente acordei.
Acordei para um mundo onde
quem eu jurei conhecer
não passa de um fragmento
da realidade,
que a minha mente
criou pra mim,
e agora eu posso ver
que o sonho só aconteceu
entre as fronteiras do imaginar,
que nunca foi assim,
como meu coração rezou
para ser.
Hoje meu coração chora
o que os olhos não podem mais,
chora por ver que
a maior culpada
fui eu,
por não ter sido forte,
por deixar me levar,
por alimentar uma realidade errônea,
e agora sentir que
a saudade do irreal

deseja devorar-me...

domingo, 19 de outubro de 2014

A espera

Eu sinto como se esperasse
que algo novo aconteça
algo bom
algo que me jogasse
em uma outra vibe
cheia de energia nova 
que renovasse esse meu ser
que anda velho e cansado 
das mesmices que a vida revela,
mas essa minha espera 
só me revela novidades amargas
das quais
eu não quero viver.
Me revela que aquilo que eu temia 
finalmente está acontecendo
que o que era promessa 
virou sonho
e o que antes foi sonho
hoje está enterrado
com dor e pesar
coberto por flores de saudade
de uma época  onde a vida parecia agridoce
mas que eu acredito

que não soube degustar!

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Conturbações

Vejo meus dedos se movimentando
no ritmo dos meus devaneios,
não consigo organizar os pensamentos 
corretamente, 
apesar de tudo,
uma mensagem se forma 
perante meus olhos
um pedido,
uma suplica,
um desejo do meu subconsciente
para que eu decifre as angustias
presentes 
no mais profundo eu...
Que salve-o do abismo  

das conturbações!

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

E é aqui que tudo se (re)inicia...

Novamente em frente a pensamentos
Que querem sair da minha mente
a todo custo.
Novamente tentando expressar 
sentimentos não compreendidos,
sentimentos bonitos,
ou um tanto doloridos.
Uma máquina de escrever 
um tanto enferrujada pelo tempo,
um tanto gasta,
mas que ainda anseia
pela companhia das palavras,
pela junção das letras,

ou que o simples poeta volte!