sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Exigente

Por que querer do dia apenas sol,
da noite só céu estrelado,
das tempestades os raios,
da abonança o poente
do poeta a compreensão?
A desconformidade com o que é real atravessa as barreiras da mente
e como um animal feroz que procura por seu alimento
usa por substrato a fantasia
para acalentar o coração.
Quem nunca desejou profundamente um importante oi,
algum sorriso sincero,
um abraço carinhoso,
a gentileza de um gesto,
relembrar do passado,
apenas o presente,
a certeza de um futuro?
Eu não sei o motivo de tanta exigência,
nem porque se persiste em exigir,
apenas sei que todos esperam alguma coisa
e que alguns só fazem esperar...
Quer-se tanto o “comercial de margarina”,
mas se pode viver nele?
Quer-se tanto os poemas mais ricos,
mas se pode entendê-los?
Ser exigente não é uma escolha,
muito menos uma virtude,
então como prosseguir desta forma
diante de um mundo tão competitivo e egoísta?
O certo seria parar de conjugar que verbo,
sonhar ou esperar?


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